domingo, 19 de abril de 2009

O elevador da cáca.

Para todos os homens fraude....


Às vezes dou por mim sentado na sanita, com o jornal na mão, tentando depositar no reservatório higiénico uma herança que irá fertilizar a terra: e penso.

Para que serve o amor? Para que servem as cartas de amor? Os actos de amor? Valerá a pena? Devemos mesmo amar alguém? Precisamos? Alguém merece? E como nos despedidmos dele? Como é que ele se vai embora de dentro de nós?

Penso em tudo isto e percebo que amar é como aquela sensação de incómodo, quando estamos à beira de libertar qualquer coisa que desconhecemos e sentimos uma urgência em ir à casa de banho. Não sabemos o que aí vem. Se um peido malandrinho, se uma torrente augada dos pimentos a que somos alérgicos, se um bom calhau em homenagem ao jantareco que fizemos com tanto carinho.

O amor é mesmo isso. A surpresa do cócó. E sempre que temos que ver-nos livres dele, é assim: sentados, à espera, sem podermos exigir nada, ficando à mercê da sua vontade. Umas vezes vaza as nossas entranhas num ápice sem lágrima no canto do olho, outras vezes faz um estardalhaço e explode pelas paredes azulejadas da nossa divisão mais íntima e outras vezes custa e dura no seu processo de passar pelo arco do triunfo até fazer aquele som reconfortante na água wc pato, que o recebe de volta à natureza.

Sempre que estou na minha sanita e não tenho um bom jornal para ler, ou a bula do medicamento para os nervos que o veterinário receitou aos gatos, penso na vida e no amor. E tudo é uma despedida. Mas custa. Às vezes dou por mim sentado ao lado da sanita, olhando-o, ali, a boiar, despedindo-me dele com nome suaves como " filho da...", " aldrabão", "foste um bluff" porque em tudo o sputnick de chocolate é sempre uma surpresa e não podemos escolher nem tamanho, nem forma nem jeito. Como o amor?

E quando carrego o autoclismo, sonho. Sei que ele um dia voltará para dentro de mim - o amor claro - formando-se e ocupando espaço por mais um tempo, até voltar a abandonar o meu corpo.

O coração e o cu são.... uma e só metáfora da vida amorosa. A despedida do amor é visceral, física e aliviadora....

hoje caguei o amor. Só espero amanhã almoçar alguma coisa mais ligeira.

P.S. Se tiverem muito medo do que o amor vos pode causar proponho ultralevur ou um bom xenical. Vão sentir que o amor foi apenas...uma pequena e singela torrente apaixonada.

1 comentário:

  1. Judas a Cagar no deserto21 de abril de 2009 às 12:58

    Amigo faz muito bem em pensar mas no w.c. ira ter ideias meio estranhas...será da inspiração dos vapores nefastos? ...pois temos de ter cuidado...até porque a fertizar será apenas os peixes de 3 olhos e 5 cabeças que abundam no Tejo.
    Mas defacto Amor e Cócó estam ligados aos anos, e a prova disso e quando estamos enamorados acabamos por só fazer fezes (fezes com M claro)...espero e que não de largar a inspiração e nem se esforce muito pois poderemos ser brindados por uma salva de morteiro ou de obus.....na pior das hipotese um missil inter continental.
    Mais um reparo...o melhor e instalar uma sanita mas não redecorar as paredes....no tempo do antigo regime é que tinhos de enviar faxes em pé, msd com a evolução tecnologica e com o grandioso magalhães podemos efectuar tão penosas tarefas muito mais confortavelmente.
    Para finalizar mais um mdicamento (não sei se será comparticipado visto andarem a cortar em tudo) mas para quem gosta de se apaixonar em abundância temos o gutalax ou o mais achocolatado e granulado agiolax....e desculpem os erros e a falta de acentos ....esses só mesmo no metro ou na carris.....mas estou a escrever as corridas sem que a minha chefia me veja...VIVA A FUNÇÂO PUBLICA....ou será pubica? (de andar a coçar ...pois...)

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